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Concerto Saudade

ORQUESTRA CLÁSSICA DO CENTRO
Suite FadTango – estreia de David Lloyd
Miguel Martins, Guitarra Portuguesa
Jorde Caeiro, Acordeão

A Morna – Nosso Património
Nancy Vieira
Tibau Tavares
Maestro Cláudio Ferreira

Participação especial
Orquestra Batuckadeiras de Portugal

Desde a sua génese que a internacionalização tem sido uma opção estruturante da Orquestra Clássica do Centro e tem-se concretizado, nomeadamente, na escolha do seu reportório, nas actividades de cooperação que procura promover, nas actividades pedagógicas que desenvolve, na cooperação humana com especial ênfase nas actividades artística entendidas como instrumentos de inclusão social e desenvolvimento das pessoas e dos povos.

Concerto 17 de Outubro

Grande Auditório do Conservatório de Música de Coimbra

O seu próximo concerto é inspirado em estilos que caracterizam tão bem povos e culturas. Falamos do Fado, do Tango e da Morna.

No âmbito do trabalho de investigação de David Wyn Lloyd será apresentada, em estreia, a obra Suite “FadTango” de sua autoria e que preencherá a primeira parte de um concerto que terá como solistas Miguel Martins (Guitarra Portuguesa) e Jorge Caeiro (acordeão). Trata-se de uma obra em 4 andamentos (I Esquina Escondida, II Serenata, III Luar, IV Despedida), onde estão presentes o Fado e o Tango, mas marcada também pela música “erudita” inspirada no barroco em termos de época e de estilo.

A segunda parte do concerto é dedicada à Morna.

As orquestrações são de Pedro Carvalho, a  direção de Cláudio Ferreira e à OCC vão juntar-se Tibau Tavares e Nancy Vieira, Osvaldo Dias e Danielson Fonseca,  para interpretar Mornas conhecidas de todos e imortalizadas por Cesária Évora, mas também de autoria dos músicos presentes enquanto intérpretes e compositores. Falamos da Morna – nosso Património, num ano em que acreditamos venha a ser considerada parte do Património Imaterial da Humanidade.

E é pela riqueza de poder ser pertença da Humanidade, com tudo aquilo que a identifica como comunidade e a diferencia em termos culturais, que aqui propomos a criação de laços / pontes a fim de, pela e através da Cultura (em especial a música – essa linguagem universal capaz de juntar pessoas) unir povos nos tempos e muito para além de cada um dos muitos tempos.

Fica o Convite para este Concerto que se realizará no próximo dia 17 de Outubro no palco do Grande Auditório do Conservatório de Música de Coimbra com a Orquestra Clássica do Centro, a participação especial da Orquestra de Batukadeiras de Portugal 

Apoio: Dgartes  Ministério da Cultura 
Apoio Institucional : Câmara Municipal de Coimbra 
Colaboração : Conservatório de Música de Coimbra 

Entrada gratuita | Necessário levantamento prévio de bilhete

Breve Historial da OCC com o Povo e a Cultura de Cabo Verde

Com Cabo Verde, a OCC tem protagonizado uma verdadeira diplomacia cultural. Tudo começa em 2005, com o projecto “Coimbra à Descoberta do Mindelo”, onde pela primeira vez uma orquestra portuguesa interpretou a obra sinfónica do compositor cabo-verdiano Vasco Martins. Em 2014 deslocou-se a Cabo Verde a convite do então Ministro da Cultura Mário Lúcio, tendo participado nos trabalhos de criação, bem como no concerto estreia da orquestra da Orquestra Nacional de Cabo Verde. Voltou a Cabo Verde em 2015, 2016 e 2018, com um programa diversificado, realizando quer actividades pedagógicas em colaboração com escolas locais, quer workshops de formação, para além de conferências ou concertos. Estas atividades tiveram a colaboração/parceria do Ministério da Cultura de Cabo Verde, das Câmaras Municipais das Cidades da Praia, Tarrafal, Ribeira Grande, Mindela ou Maio. Todas estas atividades culturais tiveram como preocupação principal construir um ambiente de partilha de experiências e vivências.

Com o Centro de Estudos da Morna celebrou o protocolo em 2016 com o propósito de divulgar a Morna como património cultural da lusofonia, conhecimentos musicais, literários ou de imagem e a transcrição para partituras da tradição oral da Morna. A gravação de um CD que resultou desta colaboração foi outro dos projetos que conseguimos concretizar com a designação de “Viagens no Imaginário da Morna “ com obras do compositor Vasco Martins. O CD foi apresentado no dia 10 de Junho em Coimbra, na Cidade da Praia no âmbito da AME e no Mindelo no ano de 2016.  

Em janeiro de 2016 a OCC esteve presente e actuou na cerimónia de inauguração do Museu do Tarrafal.

Editamos também o Livro sobre Cesária Évora “ A Rota da Lua vagabunda” de autoria de Vasco Martins e Tchalé Figueira e o livro a Orquestra na Baleia de autoria de Mário João Alves

Desde 2008, altura em que passou a ter a gestão cultural do Pavilhão Centro de Portugal em Coimbra, esta associação passou a realizar atividades regulares com a comunidade Cabo-verdiana residente em Portugal, com destaque para a de Coimbra. Assinou protocolos nomeadamente com a Associação Maense. Nos “Encontros/Festivais ” que tem promovido inseriu nos seus programas além de Vasco Martins, Keita Costa, Tibau Tavares, Sérgio Figueira, João Luz ou Nancy Vieira.

Numa das últimas deslocações a Coimbra do Senhor Primeiro Ministro de Cabo Verde e Ministro da Cultura Dr Abraão Vicente, o Encontro com a comunidade Cabo-verdiana, teve lugar no nosso espaço/sede, naturalmente com toda a nossa colaboração.

Nas deslocações a Cabo Verde temos tido a preocupação de divulgar o gosto pela música erudita numa colaboração, que nos orgulha, com instituições da sociedade, nomeadamente com as delegações locais do Instituto Camões, instituições públicas e não governamentais.

O mais recente projeto resulta de uma parceria muito espacial com a Câmara da Ilha do Maio. 

Nancy Vieira

Nancy Vieira nasceu em 1975 em Bissau, onde os seus pais se juntaram ao líder da independência de Cabo Verde e da Guiné Bissau, Amílcar Cabral assassinado em 1973, mesmo antes da Revolução do 25 de Abril em Portugal. Cabo Verde tornou-se independente em 1975. Quatro meses após o nascimento de Nancy, a família mudou-se para a Praia, a nova capital de Cabo Verde, na ilha de Santiago, uma das dez do arquipélago. Esta filha da liberdade adquiriu um forte sentido de identidade na sua jornada politica e artística. O seu pai um músico amador, guitarrista e violinista, torna-se ministro dos transportes e das comunicações do novo governo. Dez anos mais tarde, regressa ao Mindelo, o movimentado porto e metrópole da ilha de São Vicente, onde ocupou o cargo de governador das ilhas do Barlavento (as ilhas do vento, do norte). Nancy tem catorze anos quando o pai é nomeado embaixador de Cabo Verde em Portugal, desde então vive em Lisboa. Nancy estudou na universidade de Lisboa, gestão e sociologia. Uma noite, acompanhou um amigo que participava num concurso de canções, trauteou um tema, pediram-lhe que cantasse e interpretou Lua Nha Testemunha de B.leza e venceu. O prémio foi a oportunidade de gravar um álbum para a já extinta editora Disco Norte. Intitulava-se Nos Raça este seu primeiro registo. (1996). Afastou-se o tempo necessário para ser mãe e cuidar da sua filha. O seu segundo disco Segred surge oito anos mais tarde em 2004, seguindo-se Luz em 2007.

Em 2011, edita sob a direção do pianista Nando Andrade, No Amá, o álbum que a revelou ao publico internacional e graças ao qual conquista um publico sedento da magia de uma sonoridade espalhada por Cesária Évora, desde a Polónia à Grécia, dos Países Baixos a Itália, da Holanda à Rússia…

Durante a colonização portuguesa o Liceu de São Vicente, era o local de influência intelectual, tendo sido frequentado por Amílcar Cabral, poeta, autor de algumas mornas e brilhante político. Nancy Vieira frequentou como aluna o mesmo local de ensino absorvendo a música de fundo do Porto do Mindelo, onde se cruzavam as sonoridades do Brasil nas vozes de Maria Betânia, Caetano Veloso, Ângela Maria, o fado, as mornas, as coladeras, a pop inglesa, a rumba cubana, e tantas outras. O Mindelo foi o cenário de toda esta fusão musical e a casa de Cesária Évora (1941-2011). Herculano Vieira, o pai de Nancy, que foi comandante na Marinha Mercante, tocou com Cesária na sua juventude, “antes da luta” diz Nancy “ Descobri isso em 2011, quando gravei o meu álbum no Mindelo. Foi a primeira vez que visitei Cesária em sua casa e ela disse-me: “Como está o Herculano? Fiquei muda, ele nunca me tinha dito nada!”. Não há propriamente uma ligação a Cesária Évora, embora os seus reportórios e ligações musicais coincidam, os seus estilos são diferentes, a voz de Nancy Vieira é direta e clara, distancia-se da voz quente da “diva dos pés descalços”, a personalidade, as origens sociais, o caminho de vida, têm pouco em comum. O que as une são as afinidades secretas dos cabo-verdianos à sua música, fronteira entre o Ocidente e a África, música de viagens transoceânicas e de criolidade.

TIBAU TAVARES

Jose Mario Tavares Silva (TIBAU TAVARES) nascido na Ilha do Maio, é músico e compositor. Desde os  6 anos que tocou  na Igreja local e na escola do seu tempo.  Fundador do Grupo “Os Maenses” e “Maio Acústico”. Em 2005 Gabriela Mendes gravou “Tradição” e Lura gravou “Ponciana” E “As Águas”, composições de sua autoria. Zizi vaz gravou “Noite de Porto Inglês”, Morna de grande sucesso.

Em 2010 foi homenageado nos EUA como compositor.

Em 2013, integrou na banda Alemã PUPKULIES AND REBECCA com quem gravou dois Cd`s. Em 2017 lançou  o segundo álbum gravado em Alemanha e produzido pela Janosch. Participou num dos festivais maiores de musica Africana da europa –  AFRICA FESTIVAL, na cidade de Wurzburg – Alemanha, tendo sido o autor da musica WONDERFUL AFRICA,  musica promocional desse festival em 2017.

O seu último CD, intitula-se 7musica.

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