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CONCERTO –  A paixão pela dança 

CONCERTO –  A paixão pela dança 

13 DE ABRIL / 21:30 
PAVILHÃO CENTRO DE PORTUGAL Coimbra 
ORQUESTRA CLÁSSICA DO CENTRO 
PIANO RODRIGO TEIXEIRA* (Prémio Jovens Músicos 2022) 
Maestro Sergio Alapont 
 
Programa
Webern / Langsamer Satz
*Beethoven / Piano Concerto No. 2 
Poulenc / Hoops, Ballet 
Stravinsky / Danses Concertantes
com a participação de músicos do Malta Spring Festival

Langsamer Satz Anton Webern
Anton Webern foi um compositor austríaco do início do Séc.XX. Em conjunto com Alban Berg, foi discípulo de Arnold Schöenberg, ficando o trio conhecido na história da Música como Segunda Escola de Viena, grandes impulsionadores do modernismo na música europeia. Destacou-se por uma escrita aforística, e recurso a técnicas inovadoras como o serialismo. Segundo Pierre Boulez, Webern não usou a herança do romantismo como meio para desenvolver novos caminhos até à sua extinção e nascimento de novas linguagens como Schöenberg e Berg fizeram, antes optou por rejeitar de raiz toda e qualquer ligação com o passado, criando a sua própria dialética e estética na procura de novas sonoridades, à semelhança de Debussy. Acusado durante décadas, a par dos seus dois colegas vienenses, de “bolchevismo cultural”, esperou vários anos pelo devido reconhecimento das suas obras. Extremamente exigente consigo próprio, Webern só reconheceu aquelas obras que considerava correspondentes à sua visão estética e artística, como tal só catalogou e numerou uma parte das obras que escreveu. A presente peça, Langsamer Satz, obra da sua juventude, de 1904, ainda estudante e aluno de Schöenberg, é anterior ao seu Op.1. Escrita originalmente para quarteto de cordas, funciona como um estudo ou ensaio sobre a linguagem romântica, ao estilo do final de séc. XIX. No entanto já denota alguns traços típicos do compositor, como a prevalência da melodia e lirismo, e o recurso a jogos tímbricos, técnica denominada Klangfarbenmelodie. Obra que exige muita expressividade dos instrumentistas, granjeou sucesso entre o repertório ultra-romântico e pós-romântico nas salas de concerto ao longo dos anos.
Ludwig Van Beethoven – Concerto Nº2 para Piano e Orquestra
Antes de lograr ser reconhecido como um dos maiores compositores em toda a Europa, nos primeiros tempos da sua carreira como compositor Beethoven dedicou-se inicialmente a estabelecer o seu nome como pianista virtuoso e também um dos mais profícuos improvisadores dos palcos na sua época. Foi neste contexto que escreveu os dois primeiros Concertos para Piano e Orquestra, os quais foi o próprio a executar a performance nas estreias. Curiosamente, o Concerto apresentado foi escrito antes do Concerto Nº1, mas publicado posteriormente, e também revisto, principalmente no seu terceiro andamento, vários anos depois, tendo assim o compositor optado por inverter a numeração de ambos. Segundo o próprio Beethoven afirmava, esta obra não seria das mais conseguidas do seu catálogo, em termos composicionais, como obra de juventude que era, e de acordo com os seus critérios de exigência e autocrítica. Mas podemos constatar, independentemente da avaliação do compositor, que por entre uma estrutura e sonoridade de clara herança “mozartiana”, já se denotam os traços de contraste acentuado e a dialética entre os momentos luminosos e ligeiros e os súbitos momentos de dramatismo, típicos da estética das suas obras da maturidade, traços esse que se vão encontrando ao longo dos três andamentos que constituem a obra no seu todo. Características também da vontade de se afirmar como um pianista virtuoso através da partitura, são a dificuldade técnica e variedade de subtilezas exigidas ao solista, o verdadeiro protagonista da obra do início ao fim.
Francis Poulenc – “Hoops”, ballet
Ao contrário do que possamos pensar, “Hoops” não foi escrito por Poulenc. Mas é constituído por música de Poulenc. Como explicar? Se procurarmos informação nos meios generalistas, internet, e inclusive meios académicos mais frequentes, como a secção de música da Universidade de Oxford, não encontraremos qualquer informação. É necessário conhecer a história da arte da dança, e também da música, para se compreender como nasceu “Hoops”. Francis Poulenc foi um dos maiores compositores franceses do Séc.XX, com um vastíssimo catálogo de obras, enorme ecletismo estético, não se cingindo a uma linguagem específica como vários dos seus equevos fizeram. Apesar de ter escrito pouco repertório orquestral e música de cena, escreveu dois ballets, “Les Biches” e “Les Animaux modèles”, e uma obra intitulada “Aubade”, que o próprio definiu como “concerto coreográfico”. “Hoops” é uma coreografia da autoria de Walter Gore, que em 1963 era director do London Ballet, e veio também a assumir a direcção do recém-fundado Ballet Gulbenkian. Apaixonado pela música de Poulenc, encomendou a Leighton Lucas, chefe de orquestra inglês que compunha arranjos, orquestrações e música para bailado e cinema com frequência, uma “obra” para o bailado exclusivamente com música de Poulenc. Assim nasceu uma “suite” rapsódica, composta por várias peças de câmara do compositor francês, de épocas diferentes, orquestradas e organizadas por Lucas de forma a criar a base musical para a narrativa coreografada de Gore. Toda uma variedade de matizes, linguagens e nuances, típica da música de Poulenc, está presente na obra, como num fresco que retrata a sonoridade da obra de câmara do compositor francês.
Igor Stravinsky – Danses Concertantes
Igor Stravinsky, compositor russo, foi um dos mais importantes e influentes modernistas do séc. XX. Poderemos afirmar que, de alguma forma, todos os compositores e músicos seus contemporâneos e posteriores foram afectados no seu percurso quando conheceram as obras de Stravinsky. Após os famosos três primeiros ballets, o “Pássaro de fogo”, o “Petrouchka” e a “Sagração da Primavera”, podemos dividir a sua obra em três períodos, o período russo, o período neo-clássico e o período serialista. “Danses Concertantes” pertence ao período neoclássico. Encomenda de Werner Janssen, foi estreada em 1942 em Los Angeles, dirigida pelo próprio compositor. Como o próprio nome indica, trata-se de danças em estilo de suite concertante, semelhante a “Dumbarton Oaks”, obra de 1938, notando-se em ambas traços típicos do neoclássico. O recurso a estruturas clássicas e barrocas, na forma de danças e “música de circunstância” concertante, remete-nos para a ambiência dos famosos Concertos Brandeburgueses de J. S. Bach, embora com os timbres orquestrais e alguns traços muito reconhecíveis do compositor russo no tratamento rítmico da partitura. Apresenta uma Marcha no início, segue-se um Pas d’action, depois o Tema e Variações, centro expressivo da obra, e retomando as danças, conclui com outra Marcha no final, na qual se revisita algum do material temático de toda a obra, dando uma sensação cíclica ao todo. Como obra concertante, exige um virtuosismo e desempenho excepcionais dos músicos da orquestra, tornando as performances mais especiais para o público. A obra foi posteriormente coreografada por Balanchine, em 1944.
Notas ao programa por Rodrigo Queirós

The event is finished.

Data

Abr 13 2023
Expired!

Hora

21:30

Local Time

  • Timezone: Europe/Lisbon
  • Data: Abr 13 2023
  • Time: 21:30

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Local

Pavilhão Centro de Portugal
Coimbra
Categorias

Organizador

Orquestra Clássica do Centro
E-mail
occ@orquestraclassicadocentro.org
Website
https://www.orquestraclassicadocentro.org
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