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A OCC comemora 20 anos e merece ser felicitada.
Para mim é a melhor coisa que existe em Coimbra!
Quando vim de Lisboa para Coimbra, em 1979, senti a falta da família e dos amigos, do mar e da música clássica. Criei a minha própria família e fiz muitos amigos, passei a deslocar-me várias vezes por semana para ir ao mar, mas a música faltava-me sempre.
Foi com a OCC que a música regressou à minha vida, mas não é só por isso que esta orquestra é digna de ser aplaudida.
Noutros tempos lá em Lisboa havia a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional e com ela eu vi tocarem os violinistas Yehudi Menuhin, Isaac Stern e David Oistrack. Vi os pianistas Sérgio Varela Cid, Arthur Rubinstein, Wilhelm Kemppf e Maria João Pires. Vi a orquestra ser dirigida pelos maestros Fritz Rieger e Lorin Maazel. Vi estes e muitos mais e apreciei todos, uns mais do que os outros. Soube fazer as minhas escolhas, como por exemplo Lorin Maazel, que foi considerado por mim o melhor maestro durante várias décadas. Mas também vi muitas outras orquestras e algumas não tive dúvidas em classificar como melhores que a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional. Destaco a Orquestra Filarmónica de Berlim dirigida por Herbert Von Karajan, a Orquestra Filarmónica de Viena dirigida por Claudio Abado e a Orquestra Filarmónica de Filadélfia dirigida por Eugene Ormandy, entre outras.
Hoje as orquestras não precisam de vir cá. Embora eu tenha readquirido o hábito, desde que me aposentei, de ir a concertos a outras cidades ou mesmo ao estrangeiro, é fácil ver e ouvir com óptima qualidade de som as grandes orquestras que existem no mundo e por isso tenho a certeza que a OCC é uma orquestra de grande qualidade.
A ópera faz parte da música clássica e Coimbra tem hoje uma orquestra digna dum teatro de ópera e um grande auditório no Convento de S. Francisco que permite fazer espectáculos de ópera.
Quando o TNSC tinha a Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional, lá actuaram os melhores cantores do mundo. Não consigo recordar todos os que vi, mas lembro-me de Renata Scotto, Alfredo Kraus, Franco Corelli, Elena Suliotis, Fiorenza Cossotto, Ivo Vinco, Carlo Bergonzi, Monserrat Caballé, Joan Sutherland e não esqueço Maria Callas, apesar de não a ter visto por ser ainda muito pequena, mas possuo a gravação dessa récita.
Com certeza que os grandes cantores da actualidade se viessem a Coimbra teriam todo o gosto em cantar com a OCC, como Roberto Alagna, Juan Diego Flórez, Jonas Kaufmann, Anna Netrebko, Lisette Oropesa, Elina Garanca, Javier Camarena, Pretty Yende e muitos outros.
Faço votos para que nos próximos anos a OCC possa aumentar ainda mais o seu prestígio e valor cultural intensificando a programação instrumental e ampliando o canto.
Muito obrigado pela música maravilhosa que me têm proporcionado e muitos parabéns à Orquestra Clássica do Centro e à sua dirigente a Dra. Emília Martins. 

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