A Orquestra Clássica do Centro merece particular gratidão e homenagem ao celebrar o seu vigésimo aniversário, em 2021.
A Orquestra Clássica do Centro é um dos mais bonitos, elegantes, robustos e representativos projetos artísticos e culturais da Região Centro do nosso país.
Bonito porque nos transporta com a sua música erudita para os compositores eternos que servem as referências consensuais do Belo para muitas gerações, povos e nacionalidades, a unidade de sentido que só a arte e a cultura nos podem dar.
Elegante porque a sua imagem, os seus músicos, a sua direção artística nos transmitem sofisticação, simplicidade, leveza e carácter, uma personalidade forte e única, uma identidade de elevada distinção.
Robusto porque bem conseguido, muito bem dirigido, na organização e na estratégia, com brilhantes provas dadas ao longo dos seus já longos vinte anos de atividade ininterrupta, através de concertos memoráveis, com a participação de músicos de elevadíssima qualidade, no instrumental e no canto, através da divulgação de obras inesquecíveis, através da pedagogia de conquista de novos e amplos públicos para a música clássica.
Representativo da Região Centro porque, para além do mais, é um Orgulho merecido da Região e também de Coimbra, onde tem a sua sede e onde recebe um apoio fundamental. Coimbra e a Região Centro gostam de mostrar o que têm de melhor, embora – valha a verdade – vezes demais não saibam valorizar devidamente esse património de representação. A Orquestra Clássica do Centro tem representado a Região no país e fora dele, com muito brilho, em numerosos eventos ao longo de toda a sua existência. É um inestimável cartão de visita de muita qualidade. Como presidente do Tribunal da Relação de Coimbra, com jurisdição no território da Região, posso bem testemunhar o valor dessa representação regional na parceria que o Tribunal e a Orquestra têm mantido nas ações de comunicação cultural da Justiça. A Orquestra é, sem dúvida, uma Orquestra Regional e bem merece esse reconhecimento.
Dou os meus sinceros parabéns, com muita admiração, à Orquestra pelos seus vinte anos e à sua grande dirigente e incansável ativista cultural Emília Martins.
A Orquestra Clássica do Centro, na sua esclarecida visão de novos projetos e parcerias, conseguiu na minha área da Justiça um feito extraordinário e nunca visto. Em todo o país, com o apoio organizativo de vários tribunais do país, entre os quais todos os Tribunais da Relação, acontecem e acontecerão durante pelo menos dois anos, com financiamento da Direção Geral das Artes, muitos concertos da Orquestra nos principais Palácios da Justiça nacionais (entre os quais o Palácio da Justiça de Coimbra), contribuindo para a divulgação do património da justiça e para a criação de novos públicos, num programa que mereceu o significativo nome Concertos da Justiça.
Se o programa vingar, como espero e apesar das limitações da pandemia, deverá continuar durante muitos anos e constituir um marco cultural de grande significado.
Por tudo isto, como presidente da Relação de Coimbra estou grato, a Justiça está grata, à Orquestra Clássica do Centro e ela presto a minha homenagem
Coimbra, junho de 2021