2 a 13 de Novembro
| dia 2 | dia 5 | dia 6 | dia 12 | dia 13
Dia 2 NOV
21h30 : Abertura dos Encontros
1ª parte J. Braima Galissá – KORÁ (Guiné)
- Braima Galissá – kora, voz | Mestre da kora nascido na Guiné-Bissau e a residir em Portugal desde 1998, J.Braima Galissá tem sido um dos mais fervorosos e apaixonantes defensores da cultura mandinga – grupo étnico originário da África Ocidental cuja riquíssima cultura musical tem sido perpetuada por nomes como Mory Kante ou Salif Keita, onde a kora – característico instrumento de 22 cordas – assume um papel preponderante. Após ter sido compositor do Ballet Nacional da Guiné-Bissau e professor na Escola de Música José Carlos Schwarz durante 11 anos, veio para Portugal aquando da eclosão da guerra civil do seu país de origem, estando desde então a residir em Lisboa, Mestre Galissá tem vindo a assumir um papel importantíssimo na difusão do legado cultural do seu país, quer através dos cursos que realizou na Escola Superior de Educação de Lisboa e da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa sobre música e literatura guineense, quer dos inúmeros concertos que tem dado um pouco por todo o país. Virtuoso da kora, que começou a aprender aos cinco anos de idade pela mão do pai, Galissá serve-se respeitosa e apaixonadamente desse conhecimento profundo do instrumento para com ele tecer canções que carregam o peso das suas histórias e raízes com todo o nervo e coração apenas ao alcance dos espíritos mais puros. Paralelamente às suas actuações a solo, veículo privilegiado de revelação e encanto da sua música, já colaborou também com artistas como Amélia Muge, João Afonso ou Sara Tavares, reconhecidos admiradores do músico guineense.
2ª parte – Grupo de Fados “Desassossego”
Na voz: Daniel Vilaverde, Pedro Miranda e Pedro Peixoto
Guitarra de Coimbra: Alexandre Azeiteiro e Emanuel Nogueira
Guitarra clássica: Nuno Almeida
Embrenhado no ambiente saudosista, romântico e tão singular da Academia de Coimbra, eis que, em Março de 2016, surge o grupo de Fado Desassossego. Constituído por 6 jovens estudantes da Universidade de Coimbra que, munidos com a vontade de relembrar e dar continuidade à mensagem e à música de Artur Paredes, José Afonso, Luíz Goes, como de tantos outros, interpretam aquela que é a mais nobre expressão da cidade onde vivem, da sua cultura, vivências e tradições: a Canção de Coimbra.
Dia 5 NOV | 21h30
O lugar e o legado de NUNO GUIMARÃES (1942-1973)
Oriundo de Vila Nova de Gaia, Nuno Guimarães foi aluno da FL/UC entre 1961-1967. Enquanto estudante universitário manteve-se atento à programação do teatro experimental e das artes plásticas. Focou a sua produção na poesia e na prática musical. Estudante-poeta, consolidou em Coimbra a sensibilidade para a escrita que já exercitava desde os anos do Colégio dos Carvalhos, tendo repartido a sua produção entre poemas destinados a serem cantados por vocalistas do grupo que liderou, e a militância na construção de um caminho alternativo para a poesia portuguesa posicionado fora das margens do surrealismo e do neorrealismo. No campo musical, manifestou-se interessado na Canção de Coimbra, género cuja aprendizagem consolidou entre 1961-1963. Admirador da obra de Edmundo Bettencourt e do repertório de Carlos Paredes, entre 1964-1967 afirmou-se como um dos mais luminosos contribuidores da renovação estética do género. Nuno Guimarães reatualizou expressivamente o legado clássico, assinando entre 1964-1965 arranjos de acompanhamento de vincada originalidade, e tendo ainda tempo para urdir pelo menos duas peças instrumentais.Entre 1965-1967 aproximou-se da Nova Balada de Coimbra mediatizada por José Afonso e Rui Pato, tendo deixado a sua impressão digital em melodias, letras e arranjos que interpelam subtilmente a persistência do regime político, a legitimidade da guerra colonial e a angústia dos jovens perante o espetro da morte. Saído de Coimbra no verão de 1967, Nuno Guimarães fez o serviço militar em Mafra e em Luanda. Regressado a Portugal, lecionou no Porto. A doença surpreende-o em 1973. À data do seu falecimento tinham deixado obra fonográfica referencial em vinil, de que apenas foram acautelados os direitos comerciais do produtor fonográfico. E uma obra poética singular e densa em conceitos.Diz a sabedoria dos antigos que “morre jovem quem os deuses amam”. Aproveita-se a passagem dos 50 anos dos primeiros registos fonográficos do grupo de Nuno Guimarães para redescobrir em Coimbra o legado fonográfico de uma estética de múltiplos rostos.
“Nuno Guimarães (1942-1973) e a Canção de Coimbra nos sixties”
Participação dos Grupos de Fado:
Presença de Coimbra
Canção de Coimbra
Capas Negras
Raízes de Coimbra
Quarto Crescente
Conceção/Coordenação: António Manuel Nunes, Adamo Caetano
Dia 6 | 17h30
Toeira, a viola de Coimbra
Hugo Martins, Luis Alcoforado e João Farinha – Voz
Miguel Luís e Hugo Gamboias – Viola Toeira
A Viola Toeira, é um instrumento musical inicialmente predominante na região da Beira, onde acompanhou as danças e cantigas no contexto rural da população dessa região. É, sem qualquer dúvida, um dos instrumentos musicais que melhor caracteriza a ”sonoridade coimbrã” entre os séculos XVIII e meados do século XIX. Foi usado em serenatas até ao aparecimento da guitarra que aconteceria por volta do ano de 1850. A viola toeira marcou presença tanto no domínio. Atualmente, é retomado o som e musicalidade deste instrumento.
Nota: Nestes Encontros estará patente uma exposição sobre este instrumento (escola do Fado ao Centro)
Dia 12 | 18h00
Concerto “Viagem”
uma viagem, revisitando momentos e lugares, evocando gentes e povos
António Viera, bandolim
Manecas Costa, guitarra acústica
Ricardo Silva, Guitarra Portuguesa
João Silva (Guitarra Clássica)
Carlos Almeida (Contrabaixo)
Mário Martinho (Bateria)
Rui Gonçalves (Saxofone)
José Rebola (Guitarra Manouche)
Maestro José Eduardo Gomes
Programa
- Pequena Suite Italiana – Eurico Carrapatoso
- Semente, Ricardo Silva*
- Choro do Marquês, Ricardo Silva e João Silva
Manecas Costa, voz
- Dentro de um sonho mágico, Ricardo Silva*
- Valsa para um carrossel antigo, Ricardo Silva*
- Verdes anos, Carlos Paredes*
- Lisboa ao entardecer, Raúl Nery*
- Ermons di Terra*
Manecas Costa,guitarra acústica e voz*
- Balalaikas, José Rebola (Anaquim)*
- A nova chula do povo, Ricardo Silva*
- Coimbra, Raúl Ferrão/ José Galhardo*
Ricardo Silva, guitarra portuguesa
Ricardo Silva
nasceu a 19 de Novembro de 1987, natural de Pombal, começa a tocar guitarra portuguesa aos 7 anos de idade, por influência do pai, o seu primeiro grande mestre. Aos 14 anos estreia-se oficialmente como guitarrista. Desde então, não mais cessou a atividade, acompanhando inúmeros fadistas por todo o país. Por esta altura, inicia os seus estudos na vertente de Coimbra, passando pelos mestres Ricardo Dias, Fernando Marques, Bruno Costa, Jorge Gomes e José Santos Paulo.Em 2004, participa na Grande Noite do Fado em Lisboa, arrecadando o 2º lugar na classe de instrumentistas, vindo a vencer o 1º prémio em 2005. É licenciado em Professores de Educação Musical do Ensino Básico pela Escola Superior de Educação de Coimbra, adquirindo o grau de mestre em Ensino de Educação Musical do Ensino Básico na mesma instituição. Juntamente, com o pai, Tó Silva e, o irmão, João Silva, em Novembro de 2012 é condecorado com a Medalha de Ouro de Mérito Cultural, pela Câmara Municipal de Pombal. Em 2013 concluiu o 8º grau do curso de Guitarra Portuguesa no Conservatório de Música de Coimbra e a Licenciatura em Guitarra Portuguesa na Escola Superior de Artes Aplicadas, em Castelo Branco, com o mestre Custódio Castelo. Atualmente frequenta o Mestrado em Guitarra Portuguesa na mesma instituição. O seu percurso musical conta já com diversas participações especiais, desde concertos a registos discográficos, em projetos dos mais variados estilos musicais – Ala dos Namorados, Anaquim, são alguns exemplos. A Banda da Catraia é o grupo que integra desde 2013, no qual é compositor, autor, intérprete e arranjador. Em 2015, integra a Orkestra Luasiberica, no âmbito do Festival Sete Sóis Sete Luas, onde partilha o palco com músicos de vários países – Celina da Piedade, Manecas Costa, Gustavo Roriz, Juan Pinilla e Elena Floris. Em 2016, estreia-se a acompanhar a fadista Mariza em alguns concertos da tour de lançamento do seu novo álbum – Mundo.2014 É o ano da edição do seu primeiro disco a solo intitulado “Semente”. Este álbum tem duplo significado, por um lado, reflete numa primeira abordagem o início de uma carreira discográfica e, por outro, a sua conotação emocional bem presente, homenageando o seu primeiro mestre, Tó Silva, pai de Ricardo e João Silva.
Dia 13
16H30
Documentário sore KORA de Jorge Correia Carvalho
Povo que canta os seus antepassados não morrerá. Um périplo por terras guineenses percorrendo as estórias da Kora que ouvimos na primeira voz através dos sábios djidius. Estes contadores de histórias pulverizam a imaginação de quem os ouve, transportando-nos além tempo numa atmosfera única entre o real e a ficção por toda uma população que ainda reclama a kora como única e sua.
17H30
Ricardo Silva, Guitarra Portuguesa
Manecas Costa (Guiné), guitarra acústica
Manecas Costa é guineense radicado em Lisboa. A BBC que lhe abriu as portas da edição discográfica. Manecas já tinha lançado outros registos, mas sem a dimensão e a qualidade de produção deste “Paraíso di Gumbé”, álbum que está nos top´s europeus de World Music há muito tempo. Manecas tem estado presente em alguns dos mais importantes festivais ingleses e deu, na opinião de muitos, o melhor concerto do último Womad Reading. É das grandes revelações ao nível das músicas do mundo.
Exposição
Obras dos artistas guineenses
N´Cok Lama (escultor) e Domingos Delgado (pintor)
Para além das suas obras estarem patentes neste período, nos dias 2 e 13 realizarão atividades de criação ao vivo.